Sara Correia tinha apenas 13 anos quando se consagrou vencedora da Grande Noite do Fado e, logo de seguida, é convidada para cantar numa das casas de fado mais míticas da cidade, a Casa de Linhares. Aí teve o privilégio de cantar e aprender ao lado de grandes nomes do fado, nomeadamente Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, Maria da Nazaré, entre outros. Todos eles “foram e serão sempre a escola de se ser fadista”, afirma Sara.
Nas palavras de Sara Correia, “Do Coração”, o seu novo álbum, editado em setembro de 2020, engloba várias formas de amar e ser amado, que na sua voz, consegue chegar ao mais íntimo e profundo que há em nós, conseguindo surpreender também, cada um que escreve para ela.
“Lembro-me bem quando conheci a Sara. no Sr. Vinho onde tocava na altura. Ela devia ter uns 15 anos. E lembro-me de ter terminado de tocar para ela, e dizer à Maria da Fé que tinha sido a cantora mais incrível que tinha ouvido ali. Sempre gostei muito de a ouvir cantar, e agora que tive a honra de fazer uma música para ela, de eternizar essa música com ela no seu disco, sinto-me tão feliz, tão orgulhoso e tão honrado, que nem sei o que possa dizer para quantificar isto tudo... Espero que este disco seja mais um passo para que as pessoas a conheçam, porque a Sara faz bem à nossa saúde.” As palavras são de António Zambujo que assina o tema “Solidão” com Paulo Abreu Lima, o único dueto do disco.
“Do Coração” inclui também o “Chegou Tão Tarde, editado em março de 2020. O tema sincronizou a telenovela de prime time da TVI e o seu video ultrapassou as 100 mil visualizações no Youtube. “É uma canção sobre desamor. Aquele que começa em negação, depois de uma vida partilhada, e que opera em nós uma transformação tão terrível como maravilhosa. Tentei criar a imagem de uma casa cheia de silêncios, à meia luz, onde pode nascer a coragem de deixar partir aqueles que amamos.” As palavras são de Joana Espadinha, autora e compositora da canção que, na voz de Sara Correia ganha contornos de fado e uma intensidade comovente.
O single mais de Sara Correia, editado em setembro, “Dizer Não” é quase um fado-tango e foi escrito e composto por Luísa Sobral. “Sou fã da voz da Sara desde a primeira vez que a ouvi. Aqueles graves vão diretos ao nosso coração e sentimos cada palavra que canta. Que bom que é poder ouvi-la cantar a minha melodia e as minhas palavras”, diz Luísa Sobral. “Escrevi esta canção para ela por sentir que a sua voz triste e tão bela encarnava na perfeição esta personagem dividida e amargurada. Que bonito ficou o resultado final!”
“Do Coração” inclui ainda os temas “Porquê do Fado” com letra e música de Carolina Deslandes e “Por Perto” de Jorge Cruz. Manuela de Freitas assina a letra de “Os Teus Recados” (fado triplicado) e Diogo Clemente a letra de “Antes Que Digas Adeus” (Fado Maria). Aliás, Diogo Clemente escreve ainda para “Por Passares” com música de Vitorino e “O Pórtico” com música de Mário Pacheco. Produtor musical do disco, Diogo Clemente é também o autor de “Tu Ganhas Sempre”.
Desde que se estreou em setembro de 2018 com o seu primeiro álbum, homónimo, o primeiro com o selo da Universal Music, que Sara Correia se tem afirmado como um dos valores mais vitais do fado atual. Apelidada de furacão por todos os que a conhecem, é já uma referência de respeito dentro do fado, e é unanimemente considerada a grande voz da nova geração.
Na altura, já a imprensa nacional lhe caiu aos pés, mas as 4**** que recebeu, no jornal O Público, um dos mais prestigiados jornais portugueses, foram replicadas internacionalmente, na Songlines, uma das mais prestigiadas revistas britânicas, a bíblia da world music internacionalmente.
Mas desde muito cedo que Sara Correia é presença habitual nas melhores casas de fado da cidade de Lisboa. E, por isso, canta com a propriedade e força de quem cresceu no fado. Vive o fado desde criança. O facto de ter crescido numa família fadista ajudou-a que desde cedo vivesse rodeada de música e de músicos e a viver essa vida de uma forma bastante natural.
“Foi tudo tão rápido. Eu vou aos fados desde muito menina, tenho família fadista e comecei a cantar desde cedo”, lembra.
Ainda assim, houve um momento que foi particularmente marcante neste início de percurso e que a levou a decidir que se ia dedicar por inteiro ao fado. “Quando participei e venci a Grande Noite do Fado de Lisboa, senti que era isto que queria fazer”, recorda.
Sara Correia tinha apenas 13 anos quando se consagrou vencedora da Grande Noite do Fado e, logo de seguida, é convidada para cantar numa das casas de fado mais míticas da cidade, a Casa de Linhares. Aí teve o privilégio de cantar e aprender ao lado de grandes nomes do fado, nomeadamente Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, Maria da Nazaré, entre outros. Todos eles “foram e serão sempre a escola de se ser fadista”, afirma Sara.
Aliás, para si a experiência da casa de fados é fundamental. “Pisar casas de fado é muito importante, obrigatória, a meu ver. É onde se ganha a mão do canto, onde ganhamos a nossa identidade, a encarar as noites após noites a cantar como a coisa mais séria da nossa vida. Todas as grandes fadistas de hoje e de sempre tiveram a casa de fados como raiz”.
Cresceu e aprendeu a ouvir Amália Rodrigues, “fadista inteira” que tanto a inspirou no caminho que traçou até hoje, em todas as suas vertentes, mas Sara Correia tem também como referências outras grandes vozes, como Fernanda Maria, Beatriz da Conceição e Hermínia Silva.
Ainda em 2018, o seu talento captou a atenção do realizador francês Joel Santoni, que a convidou a cantar o “Grito”, de Amália Rodrigues, para a sua série “Une famille formidable”.
Foi ainda convidada por Diogo Varela Silva a participar no seu próximo filme, “Alfama em Si”, retratando a Severa, personagem histórica que é um verdadeiro símbolo do fado, integrando um elenco composto por alguns dos melhores artistas portugueses.
Com a estreia em 2018 foi aplaudida unanimemente e chamaram-na a “grande voz da nova geração”. O álbum valeu-lhe, em 2019, duas nomeações na primeira edição dos prémios Play, os Prémios da Música Portuguesa, o Prémio Revelação da Rádio Festival, mais de 30 concertos e plateias rendidas em países como Espanha, Coreia do Sul, Noruega, Itália, Áustria, Ilhas Reunião e já em 2020 India, Bélgica, Holanda e Chile.
Os anos que se seguem serão de consagração para Sara Correia com concertos previstos em Portugal, Reino Unido, Espanha, EUA, Bélgica, Holanda, França, México e muitos mais. Em palco, Sara Correia é acompanhada por um quarteto de estrelas, Diogo Clemente na viola, Ângelo Freire na guitarra portuguesa, Marino de Freitas no baixo e Vicky Marques na bateria.